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Diagnóstico e Tabu em Saúde Mental

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Quantas pessoas já não passaram por problemas emocionais que afetaram seu funcionamento físico e mental? E que ao serem diagnosticadas com #depressão, #ansiedade, #bipolaridade e outras condições que botaram em cheque sua capacidade de ter uma vida normal ou saudável? Quantas dessas não foram taxadas de “preguiçosas”, “Vagabundas”, ou “sem objetivos na vida”. Essa é uma realidade muito mais comum do que se imagina e constrangedora. O constrangimento começa pela ignorância e falta de de informação qualificada que ronda o tema da saúde mental. Este tema recebe bastante atenção agora por conta do #janeirobranco, mas ainda assim é um universo muito pouco conhecido do público em geral e até daqueles que se consideram especialistas no assunto. Vivemos numa época em que o cérebro é a grande estrela das mídias sociais e muitas pessoas dizem entender, e falam sem muita intimidação, do tal funcionamento cerebral. “Soluções neurocientificas” parecem brotar de todos o lados. Mas a verdade é que coisas como funcionamento cognitivo e cerebral, regulação emocional, neurotransmissão, neuroplasticidade, sinaptogênese , treinamento de ondas cerebrais e como os medicamentos psiquiátricos agem sobre o Sistema Nervoso são temas complexos e exigem respeito, principalmente quando vamos intervir no funcionamento cerebral de alguém.

Os estigmas e preconceitos ainda são grandes. Posso sentir na pele quando pacientes chegam na clínica com a vergonha de precisar se afastar do trabalho por conta de uma crise depressiva, excesso de estresse (#burnout) ou ataques de pânico que sairam fora do controle. Se fosse um pé quebrado, seria mais fácil de entender. Mas quem não conhece alguém que toma algum tipo de medicamento para Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (#TDAH), depressão, ansiedade, insônia, enxaqueca ou só para relaxar mesmo? E o número cresce, basta acompanhar o crescimento meteórico das vendas de ansiolíticos e antidepressivos. Se existe um setor que não conhece a palavra crise em época de crise, é farmacêutico. Mesmo com o menor poder aquisitivo da população em geral, o setor de genéricos só tem a comemorar o aumento nas vendas de psicotrópicos. Infelizmente esse é o modelo de saúde pública que temos, não só no Brasil, mas na maior parte do mundo. São mais de 3 bilhões de reais em antidepressivos e ansiolíticos por ano. Esses são frutos da ignorância não só da natureza dos transtornos como das possiblidades de tratamento. 

A maioria das pessoas ao procurar tratamento psiquiátrico ou psicológico acaba, sem saber, entrando numa maratona em busca de solução para um problema que não sabe qual é. Não estou falando aqui, contra os medicamentos, nem médicos ou psicólogos. Estou levantando o tema da dificuldade de se fazer um diagnóstico em saúde mental apurado. E sobre o consumo de medicamentos que cobram seu preço ao corpo. Não há um “Rivotrilsinho” inocente só para dormir. A verdade é que a maioria das pessoas que estão atravessando momentos de tristeza ou se queixam de falta de atenção e concentração não precisam se medicadas e outras sim. O modelo de saúde integral precisa ganhar mais espaço. E modelos mais modernos de diagnóstico e tratamento devem ser buscados. E eles existem. O #Neurofeedback é um deles. Sim, eu sei que ainda é pouco acessível e caro para grande parte da população. Mas essa realidade precisa mudar. Hoje, com as técnicas de mapeamento cerebral, com a avaliação neuropsocológica e a análise do funcionamento das ondas cerebrais (EEG) é possível conseguir uma visão muito mais apurada sobre um transtorno do que os diagnósticos que estão sendo emitidos com base, apenas, na percepção sintomática do paciente, familiares e profissionais da saúde que as vezes (não por sua culpa) estão viciados em um olhar contaminado por processos históricos-familiares e culturais da doença.

Fica por último o convite a reflexão em relação à complexidade diagnóstica, sabemos que a dor de um infarto pode ser confundida com excesso de gases, mas ninguém seria louco de se submeter a uma cirurgia do coração antes de fazer os exames que confirma algum problema no coração. Mas ao tratarmos de questões de saúde que envolvem o cérebro, nos submetemos a tratamentos muitas vezes agressivos (tarja preta), invasivos e muitas vezes sem nenhuma avaliação prévia pertinente que justifique a aplicação ou o uso de tais medicamentos ou procedimentos.

Então, use a cabeça… faça comparativos, pesquise sua condição, estude os custos e benefícios de qualquer tratamento que for fazer, antes de deixar sua saúde mental e emocional na mão de outras pessoas, seja pró-ativo também. Os medicamentos psicotrópoicos não curam, elas apenas agem sobre a atividade cerebral pelo tempo que dura cada pílula. O que compensa mais a longo prazo? Tomar medicamentos por tempo indeterminado para controlar a ansiedade e adquirir uma série de efeitos colaterais ou treinar sua atividade cerebra com neurofeedback  e regular seu funcionamento global para ensiná-lo a lidar melhor com a ansidedade? Um aprendizado que pode ficar guardado para sempre… 



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